segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Anotações durante o afogamento


De novo na estrada antiga. As curvas da infância, antes razão de náusea, agora exibem-se esplendorosas; cortam a floresta de araucárias sem machucá-la. Estão em sintonia com o universo que se vê da janela. A noite é de astros. A lua pela metade reluz feito a cheia. Escuto o i-pod. Músicas de minha adolescência e de agora aliviam o meu mal-estar. A cidade é um ponto no mapa. Meu pai tem um mapa no rosto escrito em um idioma que não sei decifrar.

Esta casa enorme, com lustres de cristal, móveis e detalhes em gesso rebuscados por todos os cantos, parece um grande freezer. Não tem mais personalidade. Esta aniquilada. A presença de pedra por tantos anos desumanizou-a por inteiro. Em pedaços, existem resquícios de beleza; no todo, está horrível.

Ele sempre morreu de medo da morte. Assim como havia a certeza de que a Medusa um dia iria abandoná-lo, havia a que ele iria dar vexame. Ele faz da morte um fiasco. A família é um fiasco. A mãe morreu aos cinquenta, poupando-se da encenação e loucura patéticas. Ele não tem a mínima humildade. Não se curva nem diante da natureza. Sua arrogância escapa em meio a loucura, e fica claro o quanto ele é um veneno.

Eu poderia ser um veneno. De alguma forma, consegui isolar o núcleo de minha própria substância e minimizar os efeitos tóxicos e letais, transformando-me em vacina e antídoto de mim mesma.

Quando eu envelhecer prefiro ser levada a um veterinário para uma eutanásia que me transformar em uma alucinada agressiva e injusta com o meu filho. A verdade é que o pai sempre foi um homem honesto e caridoso com os estranhos, mas justo e generoso, jamais. Conosco, seria pedir demais. É diferente ser generoso. Generosidade está além do pequeno sentimento cristão; envolve dar algo que não se tem de sobra. Implica renúncia, despreendimento como naquela frase que diz: amar é dar algo que não se tem.

- Quero que me devolvam o lugar ao sol que roubaram - ele diz,furioso. Não aceita a velhice, nem a doença. Morte, então, considera uma ofensa, mesmo tendo quase oitenta anos. A impressão é de que guarda uma auto-imagem jovial e vigorosa. Quanto a mim, como filha, sinto-me ainda mais dentro do livro Os irmãos Karamázov. Ele se parece mais e mais com o velho Fiódor. Sua paternidade ambivalente está potencializada. O estado clínico, o Alzheimer e o lado psicótico unidos o tranformam em uma fera. A fera não está na selva. Aflorou em casa, no quase lar, onde sempre ressonaram rugidos.

Acusa-me, com os olhos sem água e aos berros, de ser parricida.
- Vocês são todos uns parricidas! Filhos parricidas! Querem que eu morra. Querem me matar!Vocês serão todos pegos!
Eu, então, dou as costas. Que fique com a enfermeira espírita como ele, que se vangloria de saber exatamente o que fazer porque é uma profissional e por ser capaz de tirar tudo de letra.
Sinto revolta.
Mesmo que quisesse matá-lo, eu não seria uma parricida. Para matar um pai, antes é preciso ter um.
O pai construído em nome próprio, da família, da sociedade insiste no fiasco. Ele foi um fiasco, um vexame desde o início. Faltaram os detalhes e os traços da paternidade. Nunca saiu do esboço, nunca ganhou cores. A essência paterna não apareceu. A célula ficou sem núcleo, o afeto sem homem e o homem sem filhos.

Ele é que é um parricida, que matou o pai que deveria ser já no momento do parto de cada filho.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Exemplos


Distribuiram exemplos feito balas. As crianças, com as mãos abertas, correram para apanhá-los. No ar, sobre o sofá, dentro da garganta, caíam. Desciam pelo peito, penetrando a corrente sanguínea e o filtro intransferível de cada um. Em alguns, a triagem era desnecessária. Engoliam sem distinguir o azedo do doce, o nutritivo do lixo. Nada, além de receber, contava. Acumularam. Por um tempo longo dentro de uma vida curta pareceram mais ricos. Entre os mais gulosos, houve manifestações pobres. Para acalmar os ânimos, mais e mais exemplos foram sendo servidos. Bandejas de cristal e prata lotaram os cômodos do lar invisível. Silenciaram-se as bocas. Uma brisa doméstica ventilou a leva. Exemplos acomodaram-se sobre os móveis e, infelizes, adormeceram.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Então me diz


Então me diz onde estão as palavras e melodias que me alegravam e não deixam mais rastros, nem me entregam o amor, nem dão água para o vento levou, nem comem o tiro, e que levavam com a chuva o que feria e não me matavam e me diziam o que fazer com o que ainda não secou.

2009 e uma odisseia lá em casa


Três horas e uns quebrados para chegar de um ponto no mapa a outro. Durante o percurso, além das curvas e dos caminhões, o retrato de um urbanismo deplorável. Perto do ponto final, um pouco de bom gosto. Viva a natureza. Como era verde o meu vale em três dimensões. A ausência humana é um bálsamo. No ponto de chegada, o caos vem sem brilho. Da explosão, não surge nenhuma forma de vida. Os habitantes estão ausentes. No limbo entre a carne e o espectro, perambulam em busca de uma solução. Os doutores amenizam a falta de respostas com remédios. Os panos quentes ganham destaque. Se tapa, tapa-se, se estapeia ou como queira, o sol com a frigideira. Cada macaco sonha com seu galho. Os galhos tem seu valor e, na guerra do fogo, provam que o homem não é sapiens. Com um monolito, quebram-se as cabeças e, de dentro delas, puxa-se a linha e não sai, não sai, não sai nada.

Mercaliriante

Na Band News, Zé Simão fala:
Mercadante renunciou a renúncia, desistiu de desistir e revogou o irrevogável.
Mercadante é que nem macarrão: é só colocar na água quente que amolece.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Passageira


Ela dizia a casa sou eu. Ela era a casa, os traços, a lareira acesa, os lustres, a escadaria. Ela flutuava por entre os quartos, no jardim, sob a parreira carregada de sabores. Ela estendia as mãos e a paciência e ouvia as histórias. Ela vivia acima e no peso. Equilibrava a balança da família feita e mal construída. Ela lia Érico, acreditava nos Tibicueras. Apertava os olhos diante de imagens em busca de uma existência mais impressionista.

Passageiro


Perdido, ele me pede socorro. A voz está descolorida. Uma chuva estrangeira e ácida dói em sua lembranças. Os anos mesclaram-se aos medos. Ele passa estendido na cama como se fosse um corpo na terra. O corpo está pobre, o corpo era o mar. Agora é sertão.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mapa


O desconforto é enorme. Em cada lado da cabeça, vários diabretes e anjinhos promovem suas campanhas em nome do pai. Ela tenta escutar. Acaba tomando Tylenol para suportar o barulho. De vez em quando, acarícia o rosto à procura de algum sinal da gripe suina. Vai se mantendo morna. Aquecidos, estão os conflitos. Ela nunca teve bola de cristal - até a personalidade é de vidro, se quebra, cola - no entanto, repetiu a exaustão que Medusa, um dia, abandonaria o velho. O velho, embora religioso, não é santo. O velho um dia disse à filha eu queria tanto que você fosse minha mãe. A filha quase respondeu e eu queria tanto que você fosse meu pai. O velho um dia disse à filha que ela não era sua filha. A filha pensou e você não age como um pai. E assim a história foi se desconstruindo até não restar quase nada e sobrar só esse mapa de raiva multiplicado e colorido com dor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Do blog Papo Cultural

" Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem."


poesia: Thiago de Mello (poeta) / fonte: "Jornal de Poesia", website / editor: Soares Feitosa / imagem: "Chiamerà(i)", por Bossanostra / "flickr.com"

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Voando de vassoura


Medusa partiu. Jogou o velho morimbudo no lixo antes do vencimento do prazo. Já não havia nada a ganhar: nem grana, nem sexo. Colocou os óculos de sol e as inúmeras tralhas no caldeirão e, puf, levantou voo. Pegou a estrada. Anos e anos voando de vassoura e nada de endurecer os glúteos, só a nuca. Viajou carregando o sabor do beijo que jamais a transformou em princesa. A busca foi inútil. O tempo e a personalidade sobrenatural a deixaram cada vez mais sapa. Em compensação, ficou um pouco menos pobre, economicamente, falando. Comprou uma caverna maior. O cofre está cheio. Disse que, se for o caso, faz o favor de retornar a floresta encantada para uma última visita. Os duendes pulam de alegria com a partida mesmo sentido pena do velho. O velho ainda não se deu conta. Não faz perguntas. Espera a primavera, trucidado, enquanto o pó não vem.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mundos

Espassou, de três em três minutos para de três em três horas, os suspiros. Desistiu da posição fetal. Com as pernas esticadas, o peito para cima e as mãos sobre a barriga, dorme. Parece morta enquanto sente um conforto vivo. Da ponta dos dedos, escapa a tinta dos pensamentos do mundo de dentro e do mundo de fora. O mundo de dentro não é tímido embora espalhafatoso. Soberano e à prova de ruídos, dirige, sem licença, o de fora. Rasga as multas e estaciona em local proibido. Parte em frangalhos o cimento e as lembranças. Reconstrói a secular sagrada família desprovido de projeto. O mundo de dentro não é redondo; no entanto, gira o ritmo do imbatível acerto de contas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Depois do almoço


A nova janela está mais perto do sol; a preguiça, de seu corpo. Sente sono. Boceja. Precisa de chá preto. Deve tomar o de erva doce no combate a gripe. Tem de sair para comprar um presente. Precisa estar em casa para a montagem do equipamento salvador da boa forma. Algumas páginas de processo esperam a sua vez de serem, de novo, estudadas. Deve também ir ao supermercado. Não irá. Decidiu apressadamente sem pensar no lanche do filho e dos outros meninos. Os meninos esbanjam energia. Os meninos estão há duas semanas em férias forçadas e mal se comportam quando ela manda parar tudo, distribui folhas e lá vai mais um ditado. Ela tem de ditar ordens em causa própria, disciplinar o tempo escasso, que, pela segunda vez, lhe fez uma ameaça e que segue torto mas camarada.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Espírito de porco


O pai deu a ela o nome da ex e a reconheceu como dívida. Ali se faz, aqui se paga. O pai disse que a filha era da mãe e deu o assunto por encerrado. A mãe deu o assunto por encerrado trocando o nome por um apelido. A ex nunca apareceu para conferir o trófeu. Os irmãos do pai vieram dar uma olhadinha na guria. A ex namorou os três: pai e tios, os três patetas se fossem engraçados. Melancólicos, sopraram o leite e o talco como porquinhos; a mãe mandou passar um pano. O pai acha que fez um acerto. A mãe morreu muda, o pai vive aos lamentos, e a filha não causa febre, nem dor, embora sinta gordurosa raiva suina.

Em nome da ex

Escolheram um nome para a menina de 4.100 kg nascida de parto normal, a raspa do tacho, o estouro da paciência. O nome da mãe virado para frente. O pai, satisfeito, saiu para registrá-la. A mãe ficou descansando. Os dois disseram olhe que forte a criança e novas juras de amor foram ouvidas antes dele bater a porta, sem querer, é claro. Ah, como te amo, revelou o bum. No caminho para o cartório, o corpo de macho relampejou perfumes, e a memória devolveu-lhe antigas lembranças. No cartório, não teve dúvidas, faria uma homenagem, sim, a ex merecia...

sábado, 8 de agosto de 2009

Não está na lista


Não está na lista. No fundo do bloco, guarda os restos. Anota espalhados em fina camada de um papel antigo, perto da caixa de fósforos da cozinha. Na boca da frente do fogão, esquenta a água usada para o chá das cinco, das seis, das vinte e quatro horas do dia. Chá amargo feito o nome herdado de metade de sua casa, do lado paterno e sussurrado das confusas conversas sobre reencarnação e culpas. Não está na lista de propósito. Uma livre e espontânea vontade há uma década lhe permitem agir sem dúvidas. Durante duas, conviveu com suas posses como se de outros fossem. Desapropriou-se silenciosa, recorrendo ao zelo destinado aos objetos que não nos pertencem e à promessa de receber presentes futuros. Nada pediu emprestado. Tampouco, achou justo abrir mão do que guardava; de nada. Um nada completo, memorizado sob os cobertores pesados do inverno e sob as invasões dos outros membros de sua família, das duas metades: dos filhos do pai e dos da mãe, e do pai e da mãe, de um todo estranho à sua natureza desconfortável à ideia de um clã, alérgica a asas de galinha, às inúmeras galinhas brancas confinadas no terreno ao lado, no galinheiro do sítio, nas panelas. Comeu as coxas e o peito, ansiou pelo coração. O coração liderava a lista. Um único teria sido o suficiente, se fosse ela a escolhida, porque não houve sorteio ou concurso, apenas a preferência ordenada e obediente à chegada a casa e não à mesa. A mesa era descartável. Girou mesmo não sendo redonda, um corpo vivo ainda que inanimado, semelhante à sua discreta forma de menina. Antes dela havia um irmão, e antes dele, outra filha, e antes de outra filha, dois outros. A contagem ultrapassou a matemática dos dedos inexperientes, e ela acabou por conformar-se, consolar-se. Não escreveu, não leu. Não sabia. Parada em frente as estantes, apertou os olhos até enxergar, nos livros, fachos de cores, listras. As listras do horizonte que um dia encontraria derramado em palavras. Um horizonte como o usado em títulos e desenhos, o horizonte rampa feito um escorregador, um tobogã de ferver o frio e de libertar bolhas de endorfina.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Oscar Wilde



Da obra "O retrato de Dorian Gray":

O artista é o criador de coisas belas.
O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.
O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para um novo material a sua impressão das coisas belas.
A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é um modo de autobiografia.
Os que encontram significações torpes nas coisas belas são corruptos sem sedução, o que é um defeito.
Os que encontram significações belas nas coisas belas são os cultos, para esses há esperança.
Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza.
Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros são bem escritos, ou mal escritos.
E é tudo. A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban ao ver a sua cara ao espelho.
A aversão do século XIX pelo Romantismo é a queixa de Caliban por não ver a sua cara ao espelho.
A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa alguma. Até as verdades podem ser demonstradas.
Nenhum artista tem simpatias éticas.
Uma simpatia ética num artista é um maneirismo de estilo imperdoável. Um artista nunca é mórbido.
O artista pode exprimir tudo. Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a profissão de actor o modelo.
Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas.
Os que lêem o símbolo, fazem-no a expensas suas. O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida.
A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que a obra é nova, complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está em consonância consigo mesmo.
Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil, contanto que a não admire. A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada.
Toda a arte é completamente inútil.

Sol de Primavera

Solar bando


Na rua, um sol quase de primavera promete uma temporada de canções antigas, como aquelas ouvidas na infância enquanto tomava o café com leite espumado e clarinho; do tempo em que a casa mantinha-se aquecida pelas diversas mãos com cheiro de terra; dos dias em que o perigo morava além das montanhas e nada além do Pé Grande poderia assustá-la. Na rua, apesar do frio, o vai e vem da cidade, confirma que há também eficácia e coerência e que é desnecessário desejar transformar-se em um vaso ruim para continuar participando da história e da inteligência que move o solar bando.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Boneca


Corta e espeta a boneca. Procura o sangue. Quer o jorro, o suspiro. Clack, faz o grampeador perto do coração. A sala está repleta de brocas; a cabeça de parafusos. Não há a dança dos parafusos. Ninguém se mova. Estátua. Slow motion para a mulher biônica, uma cova para a pantera, abdução para Jackson Elvis. A boneca está sem pilha, o mecanismo de corda não funciona. A boneca pode suportar ser inflável ou destruída. A boneca é uma boneca e viva a alegria dos malvados!

Leituras a partir de 1 de janeiro de 2012

1. Bilhete seco - Elisa Nazarian
2. Quando fui morto em Cuba - Roberto Drummond
3. O retrato de Oscar Wilde Fragmentos
4. Estrela miúda breve romance infinito - Fabio Daflon
5. Poemas - Wislawa Szymborska
6. Mar me quer - Mia Couto
7. Estive em Lisboa e lembrei de você - Luiz Ruffato
8. O pai invisível - Kledir Ramil
9. Poemas de Eugénio de Andrade - Seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva
10. Os da minha rua - Ondjaki
11. A máquina de fazer espanhóis - Walter Hugo Mãe
12. Vigílias - Al Berto
13. Poemas concebidos sem pecado - Manoel de Barros
14. Face imóvel - Manoel de Barros
15. Poesias - Manoel de Barros
16. Compêndio para uso dos pássaros - Manoel de Barros
17. Gramática expositiva do chão - Manoel de Barros
18. Matéria de Poesia - Manoel de Barros
19. Arranjos para assobio - Manoel de Barros
20. Livro de pré-coisas - Manoel de Barros
21. O guardador de águas - Manoel de Barros
22. Concerto a céu aberto para solos de ave- Manoel de Barros
23. Quinta Avenida, 5 da manhã - S. Wasson
24. A literatura em perigo - Tzvean Todorov
25. O remorso de Baltazar Serapião- Walter Hugo Mãe
26. Lotte & Zweig - Deonísio da Silva
27. Indícios flutuantes (poemas) - Marina Tsvetáieva
28. A duração do dia - Adélia Prado
29. Rua do mundo - Eucanaã Ferraz
30. Destino poesia Antologia - organização Italo Moriconi. Ana Cristina Cesar, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto e Waly Salomão
31. Tarde - Paulo Henriques Britto
32. Correnteza e escombros - Olavo Amaral
33. Nelson Rodrigues por ele mesmo
34. A última coisa que eu pretendo fazer na vida é morrer - Ciro Pellicano
35. O encontro marcado - Fernando Sabino
36. O óbvio ululante - Nelson Rodrigues
37. O grande mentecapto- Fernando Sabino
38. O homem despedaçado - Gustavo Melo Czekster
39. Dia de São Nunca à tarde - Roberto Drummond
40. O canto do vento nos ciprestes - Maria do Rosário Pedreira
41. Antes que os espelhos se tornem opacos - Juarez Guedes Cruz
41. Desvãos - Susana Vernieri
42. Um pai de cinema - Antonio Skármeta
43. No inferno é sempre assim - Daniela Langer
44. Crônicas de Roberto Drummond.
45. Correio do tempo - Mario Benedetti
45. Gatos bravos morrem pelo chute - Tiago Ferrari
46. Gesso & Caliça - Alberto Daflon Filho e Fabio Daflon
47. A educação pela pedra - João de Cabral de Melo Neto
48. O fio da palavra - Bartolomeu Campos de Queirós
49. Meu amor - Beatriz Bracher
50. Os vinte e cinco poemas da triste alegria - Carlos Drummond de Andrade
51. A visita cruel do tempo - Jennifer Egan
52. Cemitério de pianos - José Luis Peixoto
53. O amante - Marguerite Duras
54. Bonsai - Alejandro Zambra
55. Diciodiário - Valesca de Assis
56. Não tenho culpa que a vida seja como ela é - Nelson Rodrigues
57. Lero-lero - Cacaso
58. O livro das ignorãças - Manoel de Barros
59. Livro sobre nada - Manoel de Barros
60. Retrato do artista quando coisa - Manoel de Barros
61. Ensaios fotográficos - Manoel de Barros
62. A queda - as memórias de um pai em 424 passos - Diogo Mainardi
63. Junco - Nuno Ramos
64. Os verbos auxiliares do coração - Peter Estérhazy
65. Monstros fora do armário - Flavio Torres
66. Viagem - Cecília Meireles
67. Cora Coralina - Seleção Darcy França Denófrio
68. Instante - Wislawa Szymborska
69. Dobras do tempo - Carmen Silvia Presotto
70. Eles eram muitos cavalos - Luiz Ruffato
71. Romanceiro da inconfidência - Cecília Meireles
72. De mim já nem se lembra - Luiz Ruffato
73. O perseguidor - Júlio Cortázar
74. Paráguas verdes - Luiz Ruffato
75. Todas as palavras poesia reunida - Manuel António Pina
76. Vidas secas - Graciliano Ramos
77. Inferno Provisório Volume II O mundo inimigo - Luiz Ruffato
78. O ano em que Fidel foi excomungado - José de Assis Freitas Filho
79. Boneca russa em casa de silêncios - Daniela Delias
80. As cidades e as musas - Manuel Bandeira
81. Billie Holiday e a biografia de uma canção Strange Fruit - David Margolick
82. Inferno Provisório Volume III Vista parcial da noite - Luiz Ruffato
83. Inferno Provisório Volume V - Domingos sem Deus
84. Inferno Provisório Volume IV - O Livro das impossibilidades - Luiz Ruffato
85. Pedro Páramo - Juan Rulfo
86. Zazie no metrô - Raymond Queneau
87. Fora do lugar - Rodrigo Rosp
88. Salvador abaixo de zero - Herculano Neto
89. Inferno Provisório Volume I - Mamma, son tanto felice - Luiz Ruffato
90. A virgem que não conhecia Picasso - Rodrigo Rosp
91. Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade
92. Tempo dividido - Sophia de Mello Breyer Andersen
93. A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade

Leituras a partir de 1 de janeiro de 2011

1.Desgracida - Dalton Trevisan
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
76. Travessia de verão - Truman Capote
77. Avante, soldados: para trás - Deonísio da Silva
78. Antes das primeiras estórias - João Guimarães Rosa
79. O outro pé da sereia - Mia Couto
80. O cemitério de Praga - Umberto Eco
81. A mulher silenciosa - Deonísio da Siva
82. Livrai-me das tentações - Deonísio da Silva
83. A mesa dos inocentes - Deonísio da Silva
84. Hilda Furacão - Roberto Drummond
85. A estética do frio - Vitor Ramil
86. Poetas de França - Guilherme de Almeida
87. Tarde com anões 7 minicontistas - Carlos Barbosa, Elieser césar, Igor Rossoni, Lidiane Nunes, Mayrant Gallo, Rafael Rodrigues e Thiago Lins.
88. Pensageiro Frequente - Mia Couto.
89. A palavra ausente - Marcelo Moutinho
90. Uma mulher -Péter Esterházy
91. Cartas de amor - Fernando Pessoa
92. A última entrevista de José Saramago - José Rodrigues dos Santos
93. A morte de D.J. em Paris - Roberto Drummond
94. Do desejo - Hilda Hilst
95. Cenas indecorosas - Deonísio da Silva

Leituras a partir de 19 de Julho de 2010

1. La Hermandad de la uva - John Fante
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.

Mundo bípede


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