domingo, 17 de junho de 2012

Em busca da confiança perdida


Para Lúcia Eichenberg

Na televisão passa o Dirigindo no Escuro.
O Woody Allen interpreta um diretor com cegueira.
Neurótica, é óbvio.
Um psicossomático em busca da confiança perdida.
Eu tenho certa vocação para por no corpo os meus problemas. E tenho, como muitas personagens do Allen, um analista.
No meu caso, uma.
Entre as minhas dificuldades está a de confiar no sexo oposto.
Com todas as críticas que escuto contra o meu, ainda assim, nos penso mais compreensivas. Compreensivas e flexíveis. E essa flexibilidade vai muito além de um espacato.
Quem não sabe o que é um espacato, consulte um site sobre balé.
As gurias, certamente, sabem.
No ensaio sobre a cegueira, à frente vai uma criatura de saias.
Uma grande mulher não é quem está atrás de um homem a acumular quilos já disse um escritor com nome de ave: Ciro Pellicano.
A do Saramago, por exemplo, andava para todos os lados. E de Pilar não tinha só o nome.
Para alguns, ela o matou de cansaço.
No entanto, ele disse: se eu tivesse morrido antes de te conhecer, Pilar, teria morrido sentindo-me muito mais velho. Aos 63 anos, a minha segunda vida começou.
Não sei.
Embora ele tenha vivido bastante, talvez, não seja verdade.
De qualquer forma, ao contrário do que me é de costume, nessa história renego meu lado rodrigueano e passo para o de José de Alencar.
Quero acreditar em Saramago. E quero acreditar no amor de Pilar. O dele esteve acima de qualquer suspeita.
E ele é homem, eu sei.
E eu já disse ali em cima que entre as minhas dificuldades está a de confiar nos homens.
Desculpem os que me lêem.
Não é nada pessoal. Nem impessoal.
Tenho um pequeno bípede. Pequeno que admiro com unhas e dentes.
Tenho amigos.
Alguns de longa data. Uns bem perto, outros lá longe.
O Maurício, peste tão relapsa quanto adorável, acompanha minha vida adulta. O Mau junto com a Lúcia personifica a minha melhor amiga.
Os dois para mim não têm gênero.
São estima pura e pronta.
Tenho o Terráqueo, sangue alienígena como o meu e que me chama de Marte, ou Martilena, aí, já aos risos, irmão que dá um braço e todos os anéis de Saturno para manter em órbita os dedos meus.
Tenho, sim, homens de fé. E tenho também mulheres.
E os colocaria, um por um, nas minhas orações se eu soubesse falar com Deus.

69 comentários:

  1. “eu já disse ali em cima que entre as minhas dificuldades está a de confiar nos homens.”

    a confiança não deveria ter gênero, eu sou homem e não confio nos homens, homens olham e desejam mais os decotes do que o escondido nos decotes não importando de quem seja os decotes, dizem que mulheres fingem isso é mentira, quem finge mesmo são os homens, fingem ter uma dureza que no fundo não tem.
    Woody Allen deu elegância a nossas manias

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  2. Ediney, nem sei.
    Que hoje estou meio oligofrênica.
    Mas gostei do seu comentário.
    Gostei porque conheço você. Conheço aqui de longe e aí de perto e sei o quanto é inteligente e honesto.
    Você é como a minha Lúcia e o meu Mau, um amigo de estima pura e pronta!
    Beijoss :)

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  3. Helena,
    Palavras sinceras têm sempre alma, e é o que eu sinto nas suas.
    Acho que vou ler novamente, com calma, talvez detendo-me na estima pura e nessa dos homens de fé.

    Beijo :)

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    1. AC, há anos que estudo como escrever. Faço curso disso e daquilo, revisões, grupos etc.
      Sem dúvida, aprendo técnicas e isso e aquilo etc.
      E todos os ensinamentos são importantes. Mas o mais, o maior, o que almejo é o da honestidade na escrita.
      Que ela seja honesta! :)
      Beijoss

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  4. eu não sei se tu sabes falar com deus, mas intentas uma oração sincera e profunda: eu comungo em ti,



    beijos

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    1. Assis, procurei tantas vezes na minha agenda o número de deus. Nunca encontrei.
      Então, telefonei e escrevi sempre para os amigos.
      Nenhum tem poderes especiais. Mas todos têm dons. Todos!
      Beijoss :)

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  5. Ella es una heroína. Quizá por eso no cotice en bolsa. Un abrazo.

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    1. Darío, e é também discreta, humilde e tão sincera.
      beijoss :)

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  6. Bípede, penso ser muito sofrido imaginar podermos confiar em alguém. Acho que a mais fervorosa oração é sabermos confiáveis.Beijos no coração!

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    1. Olara, ambos são difíceis. Deixar de ser bicho é um desafio. A humanidade não vem de graça. É um trabalho e uma honra.
      E no fim das contas confiar e ser confiável são inseparáveis, não são?
      Beijoss :)

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  7. já disseram tudo ali em cima,
    és sincera e por isso nos toca a alma.

    um beijo, querida!

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    1. Betina, nunca tive vocação para tocar um instrumento (e como quis), mas, se toco a alma, fico me sentindo como se tocasse todos :)
      beijoss

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  8. O Assis disse tudo: essa vontade de falar com deus já fala.

    Lindona, você.

    Beijo beijo.

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    1. Dade,
      Sexta passada, fui ver o Prometheus, do Ridley Scott, e voltei meio viajandona rsrsrs
      Entendi o filme como uma defesa da criação, da infinitude de criar.
      E o afeto e a confiança tem gestos, tem escrita, tem sons, tem pincéis e tem boa vontade.
      Não deixam de ser um deus.
      beijoss :)

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  9. Como é difícil esse lance de confiança. Confiança mesmo, só na certeza da falha. Minha e alheia. E na capacidade da tolerância (nestes tempos de tão pouca...).

    #Deus é um cara monossilábico. Não se preocupe com muitas palavras. Mas suspire, ele entenderá (ou urre, comigo funciona..huahah)

    #Homens e mulheres de fé. O que seria de nós sem eles? Nem material pra crônicas nos restaria!

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    1. VerMent, se é.
      E eu tenho minhas dificuldades, mas não desisto.
      Entrei na peleia pela confiança e vou com ela até o fim.
      E vou sem cegueira. Que eu agora uso óculos!! rsrs
      beijoss :)

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  10. eu ainda acredito no Homem, se bem que cada vez menos

    fiquei tocada pela tua sinceridade

    beijo

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    1. Laura,
      Tem uma música muito ridícula daquelas que gruda na boca que diz "eu acredito no semáforo" rsrs
      Pois bem, eu nele não acredito que, se necessário, eu passo no sinal vermelho.
      Eu estou com você: acredito no homem, ainda que muitos se esforcem para ser outra coisa.
      beijoss :)

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  11. Acredito nos homens, com seus defeitos, suas falhas, Lelana. acho que vou acreditando mais na mesma proporção em que vou acreditando também no meu lado masculino (no meu animus, como diria Jung). acho mais importante acreditar nos homens (assim, falando de forma generalizada, homens e mulheres) do que em Deus. Porque acreditar nos seres humanos já é acreeditar em Deus. Tuas crônicas vão ficando mais e mais atraentes. Leitura que delicia.

    beijo grande,

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    1. Tania, também acho mais importante acreditar nas pessoas mesmo sendo, às vezes, tão difícil. Parte por serem tão diferentes umas das outras. Parte por não saberem falar todas o mesmo idioma: seja de palavras, seja de gestos, seja de amor.
      Beijoss :)

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  12. lelena,
    acho que o poeta zé de assis matou a charada:
    você faz, do seu jeito, uma oração.
    no meu jeito de sentir a vida, Deus (escrevo sempre em maiúsculo) é o bem. e o bem somente.
    sei que você busca isto (por mais novidade que lhe pareça), na mãe esmerada que é (está sempre falando de seu pequeno bípede), no carinho que devota aos seus amigos e na forma como os trata.

    e, sim, você está certíssima quando diz que confiar e ser confiável tem o mesmo peso e o mesmo grau de dificuldade. estas são conquistas. e toda conquista requer entrega, trabalho e amor.

    suas crônicas são transparentes e corajosas. e você parece cada vez mais confortável sob essa pele de cronista.

    celebro você.

    abraço grande do
    r.

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    1. Obrigada, R.
      A pele vai engrossando, mas queima e vira ferida e descasca e depois se renova como a confiança quando perdida mas não destruída.
      Beijoss

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  13. Lelena,

    parece-me que falar da cronista é mais fácil hoje do que comentar a essência do texto.
    Esta crise de confiança abre um fosso e deixa-me ombro a ombro com um cume que não alcanço.
    Como não sei o que fazer lá em cima, e a cerração já me asfixia, como você vê, posso ter estado perto de falar com Ele, inclua-me nas tuas orações se achar o telefone d’Ele.

    Bjss,
    José Carlos

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    1. José Carlos, sigo com a agenda aberta à espera do número de deus.
      Vai ver ele está lá em cima no cume encoberto que tanto nos fascina quanto asfixia.
      beijoss

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  14. Lelena,



    Woody Allen é um murmurador, um ruminador em voz alta. O Woody Allen de algum tempo atrás colocava Mia Farrow e Diane Keaton para representarem as neuroses domésticas deles mesmos, dos desmanchados casais. A isso eu chamo perversidade e não "catarse". Elas aceitarem é a contraface da neurose a dois, uma de cada vez. Woody Allen é a piada do analista, sua caricatura, bem como o neurótico caricato, com aqueles velhos dilemas incestuosos, como se eles fossem os mais importantes. Freud adoraria conhecê-lo. Ele caberia na Viena vitoriana como uma luva, em sua briga pequena do homem culpado, e não do homem trágico. Respeito a tragédia mais do que a culpa. Respeito as dores da infância infinitamente mais do que os pés-na-bunda da vida adulta, onde há escolhas. Na infância, não há escolhas: adultos têm poder de vida e morte sobre aqueles que deles dependem, os pequenos bípedes. "Oh, mas e se o instinto não lhe dá escolha, a este bípede já crescido, etc etc e tal", isso é conversinha menor, do culpado encobrindo o trágico. Eu confio na existência de tragédias, e de homens e mulheres que viram o rosto para elas e ficam tricotando sobre pés-na-bunda, sobre "sou amado(a)/não sou amado(a) e sua variante mais básica: estou-amando-a-ideia-de-estar-amando-ou-ser-amado.


    Saramago não tinha opinião muito boa acerca do humano. Eventualmente, pessoas assim não devem onerar parceiras ou filhos. Bergman, de triste infância, cometeu o erro de perpetrar a má paternidade ad nauseam, em cinco casamentos, tornando sua tragédia transgeracional.

    Certo estudioso me disse que a frase de Machado de Assis, "Não tive filhos,não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria” [final de memórias Póstumas de Brás Cubas] não se trataria da miséria ontológica, como eu lhe propunha, mas da miséria financeira mesmo. Em sendo assim, Machado teria ido menos fundo do que eu desejaria em sua assertiva. Foi apenas um desabafo contábil.


    Respeito e confio em homens e mulheres que aprendem a matar a merda no peito e driblam pra direita, sem perpetuarem, transgeracionalmente, a tragédia de que possam ter sido vítimas. Ou as culpazinhas pessoais, no caso de outros.

    Oh, Marcelo, mas todos têm o direito de ser felizes! Bergman, com seus cinco casamentos, sua paternidade frouxa, seu muxoxo quase cínico na impossibilidade de fazer um mea culpa à altura do dano perpetrado [vide documentário sobre o cineasta, na última mostra de cinema de São Paulo], mostra-nos que há um limite para a insistência no erro. Por parte de qualquer um que mereça a minha confiança, homem ou mulher.



    Sou mais-que-enfático sobre o que mereça ou não confiança. E isso independe de sexo. Meu rigor é quase-nipônico, neste aspecto.



    Um beijo!

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    1. Nossa, eu coloco uma crônica ou quase no bloguinho, e você traz tantas observações e opiniões que nem sei por onde começar.
      Mesmo porque algumas opiniões, muitas para ser mais precisa, são tão subjetivas.
      Eu, por exemplo, adoro os clichês neuróticos do Allen. Me sinto uma pessoa bem integrada diante deles. Minhas dores de cabeça aumentam, minhas pernas ficam pesadas, enxergo nublado e acho tudo isso uma delícia rsrsrs
      Já do Bergman tenho medo. Ele joga xadrez muito melhor que eu. Eu já nem jogo. E o meu jogo nunca foi grande coisa. Gostava mesmo era de jogar Trilha. Nem Dama nem Xadrez. Trilha!
      E o Saramago achava um fofo entre faces de tédio e riso, entre palavras de lantejoula e de verdades.
      E se eles foram, são ou não felizes, não sei dizer.
      Sei que foram interessantes. E ser interessante pode parecer pouco, mas é bastante!
      Beijoss

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  15. Rigor nipônico = ocorre uma catástrofe e ninguém saqueia lojas conveniência, cada um pega sua quota de água e alimento, sem trapaças, avidez e atropelos.


    Nada a ver com gueixas. Foi mal colocado o "neste aspecto". Já me disseram que na vida e conceitualmente [opiniões, escolhas, atitudes] eu tenho isso.

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    1. Ainda bem que tem.
      Sem opinião, fica difícil existir. Mesmo quando elas não são o bicho! rsrs
      Ser o bicho aqui no sul é uma coisa.
      Será que aí é a mesma?

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    2. É o bicho é algo como "cabuloso", do bizarro, freak ao medonho. Opiniões do cacete, no sentido de "peculiarmente fortes".


      Sim, são subjetivas essas opiniões. Sempre serão. Sou sujeito.



      Um beijo, querida!

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    3. "Ter um proceder"; "sujeito homem", diria Rappin' Hood, o rapper paulistano da Vila Arapuá.

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    4. Existe esse Rappim Hood, é?
      Eu aqui no sul do sul não conheço, não!
      beijoss

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  16. Eu acho o maior erro confundir amor com posse.
    Falamos tanto em traição e nunca saberemos do simples olhar desejoso, do que vai silenciosamente no pensamento, nas fantasias.
    Quanto aos homens e mulheres de fé, fé de não roubar, não trapassar, tá é dificil já que tudo transformou em banalidade.Vota Brasil!
    Beijos no coração!

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    1. Olara, e é um grande e comum erro.
      Não sei o que acontece que o amor vai deixando de ser abstrato para virar coisa.
      Não sei.
      Deve ser esse vício humano de armazenar.
      A gente armazena água e comida e tudo o mais. E não é de hoje. Não é.
      E nem sei.
      beijoss

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  17. E vira coisa cobrada, exigida, doente.
    Amar ama-se por tudo, por nada, por um verso, por um gesto, um olhar, um cheiro...
    Querem definir o amor assim como definem a poesia! Só falta exigirem continência!
    Beijos no coração!

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    1. Bobagem da gente querer dar nome a tudo e a todos, não é?
      beijoss :)

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  18. Tua voz se conjuga em mim com grande margem de concordância... e a mim,como leitora, é o que basta!


    Sobre ter fé: só tenho fé no que entendo!

    ;)

    Beijinho, Lelena!

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    1. Joelma, que boa frase a sua. Uma frase pra gente pensar.
      Obrigada pelo comentário. Tão bonito :)
      Beijoss

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  19. Lelena, tem tanta coisa bonita no teu jeito de escrever... eu poderia ficar falando aqui horas e horas. Mas tem algo que, para mim, é comovente: a tua honestidade. Há muita entrega em cada palavra tua, seja qual for o caminho ou a opinião que estejas expressando. E isso, definitivamente, é bonito de se ver (e ler...)!

    Bjo!

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    1. Dani, obrigada :)
      Fico tão contente com suas palavras.
      Muito!
      beijoss

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  20. Oh...acabei de escrever o comentário e na hora de enviar ele se perdeu! Mas eu falava, Lelena, sobre a honestidade que transparece em cada palavra tua, seja qual for o caminho ou ideia que estejas expressando. Tudo aqui é muito verdadeiro, muito intenso, muito bom de se ler!

    Um beijão carinhoso,

    Dani

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    1. Dani, pois o perdido chegou ao destino :)
      Crônica é bom de escrever por isso, porque a gente pode falar com simplicidade sobre a vida.
      Obrigada pelos comentários.
      beijoss

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  21. simplicidade nao é a palavra pra esse texto, vi aqui uma aula de literatura e psicologia ;)

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    1. Adriana, mas estou a prosear sentadinha, tomando mate de tão em casa.
      E quero os amigos por perto. Tou bem, amigo boleia a perna, puxa um banco e vá sentando :)
      Obrigada pelo comentário. Fico honrada com ele.
      Beijoss

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  22. Graciosa,

    estamos vos esperando na Toca do Coelho. Saiu a Biografia Coelho por Betina Moraes. É a última autora. Para a semana estou sugerindo uma nova atividade lúdico ocupacional ociosa... Criarmos cada um a biografia do outro, começando pela Biografia do Francisco Coimbra, que foi o meu primeiro blog visitado.
    Topas?
    Consciente de que serás devidamente biografada por este Coelho que vos salta e pelos demais desvairados que por lá me seguem.

    Visto isto,
    espero-a!

    beijinho.

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    1. Coelho, claro que sim, mas vou precisar conhecer melhor o blog do FC, tá?
      beijoss :)

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    2. Bípede, o que falar será Falante! ;)
      Tenho de devolver sua atenção, amanhã colocarei seu blog nos blogs do Diário de Letras II
      Beijos

      Coelho, o personagem ganhou "direitos de autor", irei acatar sua decisão, catar as biografias que aparecerem!
      Abraços

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    3. Francisco, estou conhecendo o seu. Um blog ativo e personalíssimo.
      beijoss :)

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  23. então pisca pra ele!


    (tenta ver àquele filme do Rodrigo Garcia!)


    beijos!

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  24. Pisco, rabisco, capisco rsrs
    Tentarei, sim!
    Beijoss

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  25. Confiança perde-se apenas uma vez. Uma vez perdida, é para sempre. Pode ser que você e outras pessoas pensem diferente, e respeito isso. Mas para mim é assim.

    bj

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    1. Sônia, eu não sei.
      Espero, sem ofensa alguma, que você esteja errada ainda que eu pense que há grandes chances de você estar certa.
      Eu luto pela minha. Ela me faz falta quando me deixa. Muita.
      beijoss :)

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  26. tendo a viver as raspagens da alma num purgatório algures entre a pele e a carne e nelas cabem gente, mais do que homens ou mulheres. às vezes dou por mim em auto de fé, ora só, ora acompanhado de palavras, gestos, pedaços de gente que trocou a inteireza pela boca a despedir incêndios mesmo que à revelia do que sente. não sei se isso é uma questão de género mas há coisas em que não deixo de acreditar. afinal, quanto vale a utopia?

    beijinho, lelena!

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    1. Jorge, também não deixo de acreditar.
      Às vezes, me sinto tonta por lutar pela "fé" no humano. Eu sou meio tonta rsrs
      Vivo em um labirinto de ideias e emoções e até cruzo com o Minotauro, que me ignora de tão cansado que está de me ver :)
      beijoss

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  27. Vem escutar a música da noite
    Vem sentir a vida num piscar de olhos…

    Bom fim e semana

    Mágico beijo

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  28. AI LELENA!

    Como eu gostaria, mas também não consigo confiar. Tive um pai que dava este motivo, apesar de amá-lo, ajudava minha mãe e a compreendia. Um marido que não desejo, caso tivesse, para nenhuma inimiga.

    Enfim ... é preciso que alguém me prove que existe um ser humano, do sexo masculino, confiável em todos os sentidos.

    Beijos e parabéns!

    Mirze

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    1. Mirze, pois é, não é fácil. Mas deve ter :)
      beijoss

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  29. Eis a questão: Independente do gênero, o que nos faz confiar ou não em alguém? Eu confio em Deus, se não peço nada à ele?

    Sua crônica é enorme, Lelena.Não em tamanho, mas em reflexões.Gostei muito.

    Beijinhos.

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    1. Parole, obrigada pelo enorme :)
      Eu também acho que confiança não se atrela ao gênero embora ele favoreça a algumas quebras.
      beijoss

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  30. Uma reflexão que questiona o relacionamento e a confiança.
    Temas que estão sempre em cima da mesa.
    E questiona-os de uma forma inteligente e literariamente muito bonita.
    Beijinhos,

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    1. mfc,
      As relações humanas são sempre tão cheias de nuances e dificuldades.
      Se houvesse mais confiança, e motivos para se sentir confiante, muitos problemas deixariam de existir.
      beijoss :)

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  31. Boto fé na tua prosa! Quanto aos homens, desconfio da poesia...

    Beijo, lelena falante e faceira!

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    1. Cris, desconfiar da poesia nos homens diz tudo!!!
      Adorei :)
      Beijoss

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  32. Queria conversar com vc pessoalmente.

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    1. Seria tão bom se eu pudesse conversar pessoalmente com muitos de vocês. É maravilhoso que o mundo seja tão grande e ao mesmo tempo é uma pena.
      Beijoss :)

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  33. Lelena por ter confiado demais a gente vai desconfiando totalmente e aos poucos como uma construção cotidiana a confiança pode ser retaurada, sempre aos poucos...até que um dia novamente pof perdemos e ganhamos e assim é o ciclo da vida acho eu. O importante sim é confiar em si.

    beijos

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    1. Luiza, perfeito resumo e perfeita conclusão: o importante é confiar em si mesmo.
      beijoss :)

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  34. Marte, o que é dar um braço para alguém que se dá de coração como você? Beijos mil.

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Leituras a partir de 1 de janeiro de 2012

1. Bilhete seco - Elisa Nazarian
2. Quando fui morto em Cuba - Roberto Drummond
3. O retrato de Oscar Wilde Fragmentos
4. Estrela miúda breve romance infinito - Fabio Daflon
5. Poemas - Wislawa Szymborska
6. Mar me quer - Mia Couto
7. Estive em Lisboa e lembrei de você - Luiz Ruffato
8. O pai invisível - Kledir Ramil
9. Poemas de Eugénio de Andrade - Seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva
10. Os da minha rua - Ondjaki
11. A máquina de fazer espanhóis - Walter Hugo Mãe
12. Vigílias - Al Berto
13. Poemas concebidos sem pecado - Manoel de Barros
14. Face imóvel - Manoel de Barros
15. Poesias - Manoel de Barros
16. Compêndio para uso dos pássaros - Manoel de Barros
17. Gramática expositiva do chão - Manoel de Barros
18. Matéria de Poesia - Manoel de Barros
19. Arranjos para assobio - Manoel de Barros
20. Livro de pré-coisas - Manoel de Barros
21. O guardador de águas - Manoel de Barros
22. Concerto a céu aberto para solos de ave- Manoel de Barros
23. Quinta Avenida, 5 da manhã - S. Wasson
24. A literatura em perigo - Tzvean Todorov
25. O remorso de Baltazar Serapião- Walter Hugo Mãe
26. Lotte & Zweig - Deonísio da Silva
27. Indícios flutuantes (poemas) - Marina Tsvetáieva
28. A duração do dia - Adélia Prado
29. Rua do mundo - Eucanaã Ferraz
30. Destino poesia Antologia - organização Italo Moriconi. Ana Cristina Cesar, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto e Waly Salomão
31. Tarde - Paulo Henriques Britto
32. Correnteza e escombros - Olavo Amaral
33. Nelson Rodrigues por ele mesmo
34. A última coisa que eu pretendo fazer na vida é morrer - Ciro Pellicano
35. O encontro marcado - Fernando Sabino
36. O óbvio ululante - Nelson Rodrigues
37. O grande mentecapto- Fernando Sabino
38. O homem despedaçado - Gustavo Melo Czekster
39. Dia de São Nunca à tarde - Roberto Drummond
40. O canto do vento nos ciprestes - Maria do Rosário Pedreira
41. Antes que os espelhos se tornem opacos - Juarez Guedes Cruz
41. Desvãos - Susana Vernieri
42. Um pai de cinema - Antonio Skármeta
43. No inferno é sempre assim - Daniela Langer
44. Crônicas de Roberto Drummond.
45. Correio do tempo - Mario Benedetti
45. Gatos bravos morrem pelo chute - Tiago Ferrari
46. Gesso & Caliça - Alberto Daflon Filho e Fabio Daflon
47. A educação pela pedra - João de Cabral de Melo Neto
48. O fio da palavra - Bartolomeu Campos de Queirós
49. Meu amor - Beatriz Bracher
50. Os vinte e cinco poemas da triste alegria - Carlos Drummond de Andrade
51. A visita cruel do tempo - Jennifer Egan
52. Cemitério de pianos - José Luis Peixoto
53. O amante - Marguerite Duras
54. Bonsai - Alejandro Zambra
55. Diciodiário - Valesca de Assis
56. Não tenho culpa que a vida seja como ela é - Nelson Rodrigues
57. Lero-lero - Cacaso
58. O livro das ignorãças - Manoel de Barros
59. Livro sobre nada - Manoel de Barros
60. Retrato do artista quando coisa - Manoel de Barros
61. Ensaios fotográficos - Manoel de Barros
62. A queda - as memórias de um pai em 424 passos - Diogo Mainardi
63. Junco - Nuno Ramos
64. Os verbos auxiliares do coração - Peter Estérhazy
65. Monstros fora do armário - Flavio Torres
66. Viagem - Cecília Meireles
67. Cora Coralina - Seleção Darcy França Denófrio
68. Instante - Wislawa Szymborska
69. Dobras do tempo - Carmen Silvia Presotto
70. Eles eram muitos cavalos - Luiz Ruffato
71. Romanceiro da inconfidência - Cecília Meireles
72. De mim já nem se lembra - Luiz Ruffato
73. O perseguidor - Júlio Cortázar
74. Paráguas verdes - Luiz Ruffato
75. Todas as palavras poesia reunida - Manuel António Pina
76. Vidas secas - Graciliano Ramos
77. Inferno Provisório Volume II O mundo inimigo - Luiz Ruffato
78. O ano em que Fidel foi excomungado - José de Assis Freitas Filho
79. Boneca russa em casa de silêncios - Daniela Delias
80. As cidades e as musas - Manuel Bandeira
81. Billie Holiday e a biografia de uma canção Strange Fruit - David Margolick
82. Inferno Provisório Volume III Vista parcial da noite - Luiz Ruffato
83. Inferno Provisório Volume V - Domingos sem Deus
84. Inferno Provisório Volume IV - O Livro das impossibilidades - Luiz Ruffato
85. Pedro Páramo - Juan Rulfo
86. Zazie no metrô - Raymond Queneau
87. Fora do lugar - Rodrigo Rosp
88. Salvador abaixo de zero - Herculano Neto
89. Inferno Provisório Volume I - Mamma, son tanto felice - Luiz Ruffato
90. A virgem que não conhecia Picasso - Rodrigo Rosp
91. Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade
92. Tempo dividido - Sophia de Mello Breyer Andersen
93. A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade

Leituras a partir de 1 de janeiro de 2011

1.Desgracida - Dalton Trevisan
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
76. Travessia de verão - Truman Capote
77. Avante, soldados: para trás - Deonísio da Silva
78. Antes das primeiras estórias - João Guimarães Rosa
79. O outro pé da sereia - Mia Couto
80. O cemitério de Praga - Umberto Eco
81. A mulher silenciosa - Deonísio da Siva
82. Livrai-me das tentações - Deonísio da Silva
83. A mesa dos inocentes - Deonísio da Silva
84. Hilda Furacão - Roberto Drummond
85. A estética do frio - Vitor Ramil
86. Poetas de França - Guilherme de Almeida
87. Tarde com anões 7 minicontistas - Carlos Barbosa, Elieser césar, Igor Rossoni, Lidiane Nunes, Mayrant Gallo, Rafael Rodrigues e Thiago Lins.
88. Pensageiro Frequente - Mia Couto.
89. A palavra ausente - Marcelo Moutinho
90. Uma mulher -Péter Esterházy
91. Cartas de amor - Fernando Pessoa
92. A última entrevista de José Saramago - José Rodrigues dos Santos
93. A morte de D.J. em Paris - Roberto Drummond
94. Do desejo - Hilda Hilst
95. Cenas indecorosas - Deonísio da Silva

Leituras a partir de 19 de Julho de 2010

1. La Hermandad de la uva - John Fante
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.

Mundo bípede


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