
Oh, dor! Fui remover do Outros Bípedes um blog que saiu do ar e removi todos. E agora tenho de terminar a mala, que de tão pequena tem de ficar smart :(








Ainda não recomeçou o zum zum zum do meu concurso, e, mesmo assim, decidi me encarnar. Recomeçei, ontem, junto com o pessoal que se prepara para o TRF, a estudar mais que três horas. Eles lá, eu aqui na praia, sentada com vista para o mar. Quem me conhece de outros carnavais, sabe que o meu foco é o TRE e que estudo melhor by myself, não importa em que lugar esteja. Quem me conhece sabe também que não tenho vocação para política, porém, tenho gosto pelo processo que a envolve, tenho gosto e esperança, fé, sei lá como se chama de que um dia a maré há de mudar, transformando o que hoje é areia em ética. As minhas chances, como sempre, são limitadas. Limitadas pelos meus pobre neurônios e, infelizmente, pelas fraudes. Quem me conhece um pouco sabe que já fiz esse concurso, que me classifiquei nem que fosse para ir para Itaqui, e que ele foi anulado devido as costumeiras falcatruas dessa terra abençoada, dizem que por deus. Na época, chorei. Não sou chorosa. Na verdade, irritam-me lágrimas sem dor. As de crocodilo, então, dispensam comentários. Mas tenho de admitir: as minhas foram tão sinceras.
No terceiro andar, veraneia uma médica alta e loira, dona de um corpo escultural. No terceiro andar houve uma repentina separação. A doméstica da família assumiu o controle da casa, demitindo a patroa. A demissão foi sumária. O patrão foi promovido e, devido a seu bom comportamento, pode, a partir deste verão, usufruir dos benefícios de cama, mesa e banho da substituta e de graça. O zelador do prédio está encarregado de divulgar a notícia. Todos os outros onze andares do prédio têm algum comentário a fazer. Para o veranista do quinta andar, a demissão pode estar relacionada a falha da médica. Diz ele: a culpa é dela, devia ser uma mulher muito chata. Já o zelador, do alto de seu um metro e sessenta, vai direto ao ponto: isso estava previsto, ela não sabe fazer nada, nem cozinha ou esfrega o chão. 






O pequeno bípede e eu estamos na praia. O senhor bípede pegou a estrada e foi trabalhar. Depois de amanhã, minha amiga de berçário vem com seus bipedezinhos passar o final de semana conosco. Na segunda-feira, voltamos todos para a cidade. Como aqui em casa quem cozinha e muito bem é o meu prezado marido quatro estações, forno e fogão, hoje, preparei o jantar. E me esforçei. Não é necessário dizer que a culinária estancou no macarrão al sugo. Quem me dera preparar um bom feijão com arroz. O pequeno comeu. De novo, quis me agradar. No ano passado, com o mesmo sorrisinho amarelo, enfrentou o verão dessa mama ruim de avental sem uma única reclamação. Estóico, suportou a falta de sabor. Ele sabe que faço com carinho, mas, sinceramente, vendo o pobrezinho, dá até dó.

Porque nem todas as notícias vêm com cara de sexta-feira 13, hoje, encontrei esta sobre o Egito. E eu adoro o Egito, apesar de ter sido, razoavelmente, mal tratada por lá. Do site do terra:
Finalmente, resolveu oxigenar, ou seja, na linguagem do senhor bípede, dormir. Dormiu pouco e mal, deitada na rede, coisa que nem o sangue índio ensina. O sono não deve ter durado mais que uns quarenta minutos, mas, feito o cristo do Rio, mostrou-se redentor. Depois de ter corrido sob um sol de assar pizza e de ter ficado com os amigos na praia até as três da tarde, era o que merecia. Não sem antes lavar a louça do almoço e dar uma ajeitada na casa, que a pobrezinha é obssessiva, criada com complexo de faxineira, o que, apesar dos pesares, acabou se revelando melhor do que se fosse de Branca de Neve. Tinha tudo e mais um tanto para se espelhar no espelho vaidoso da rainha mãe, não má, equivocada. Ela, sim, respirava estética. Talvez, tenha morrido ainda bela para não ter de enfrentar a metamorfose do corpo; é claro, que outras razões também contam. A gente é que prefere ficar em silêncio, reservando alguns segredos para os ouvidos de concha desse atlântico mar.
