quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Na semana passada



Na semana passada, vi um carro parado sobre a faixa de segurança, roncando o motor diante do sinal para pedestres aberto.
Atravessei a rua pela frente.
Quis ver o rosto do motorista, do apressado.
E tirei os óculos para encará-lo.
Ele riu.
Riu de mim. Não pra mim.
Riu dono do trânsito, da rua, do vai e vem do dia.
Apropriou-se do tempo mesmo que ali ele tenha ficado apenas uns dois ou três minutos.
Na semana passada, nesse mesmo dia, voltando para casa, vi, como de costume, uma pessoa revirando o lixo.
Separando o joio do joio.
Guardando o joio nos bolsos do casaco roto como se fosse joia.
E vi essa mesma pessoa lavando as mãos em uma poça de água na saída de uma garagem como se fosse ela uma pia limpa.
E ela riu.
Riu  com ternura, quase chorando.
Riu dentro da vida mesmo que tenha recebido apenas o meu olhar por uns dois ou três segundos.
Na semana passada, nesse mesmo dia, pegando meu filho na escola, vi um amigo dele beijando o rosto de uma menina que conheço desde o jardim de infância.
Uma menina de cabelos escuros e lisos, magricela.
Uma menina como a que um dia fui.
E os dois me viram e sorriram uma nuvem de amor.
E eu sorri de volta um átimo de fé.
Na semana passada, nesse mesmo dia, sentei aqui, abri o google,  os blogs e o facebook e percebi que alguns amigos tinham partido e que um havia me excluído.
E me senti um carro sobre a faixa de segurança.
Um joio longe da joia.
E um beijo distante de um rosto feliz.
E eu me lamentei por umas cinco horas.
Cinco como são os dedos das mãos.
Cinco como são os lugares de um carro.
Cinco como o lugar que ocupo na família em que nasci.
Cinco como os degraus que desci.

80 comentários:

  1. "Na semana passada, nesse mesmo dia, sentei aqui, abri o google, os blogs e o facebook e percebi que alguns amigos tinham partido e que um havia me excluído."
    Vamos celebrar os presentes e deixar uma sonata para os que se foram

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  2. Um olhar poético pra fora, depois pra dentro. Bonita tua prosa côncava e convexa. bjin

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    1. Tati, a vida acontece dentro e fora.
      Os olhos têm de saber ver o que não se revela e o que dói.
      Tapar o sol com a peneira é subestimar a luz.
      Beijinho :)

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  3. Comento depois de ler, só agora ouvindo o som do piano e plano... deixo-me levar nos sons calmos das teclas vibrando cordas. Imagino uma similitude com os versos, na altura em que o pianista toca de forma mais vibrante, para voltar de seguida à harmoniosa calma onde se embala a alma, pronta a evolar-se volátil... Junto mais um sorriso :) da mona... :))

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    1. Francisco, adoro esse piano, adoro essa música, adoro a ideia de um céu que nos protege.
      adoro ideias.
      às vezes me confundo acreditando que as ideias são as pessoas e coloco tanta fé que não percebo o tamanho da ficção.
      às vezes.
      beijoss e um mona sorriso :))

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  4. Entrei no texto e viajei nele impressionado com as chuvas de sensibilidade que caiam das núvens densas. Parabéns.

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    1. Maia, obrigada :)
      De vez em quando chove um pouco mais forte.
      Chega a dar goteira dentro do corpo.
      Inundam-se partes que não são à prova de água.
      Mas depois a mente fabrica um solzinho com ar de primavera e a gente evapora um pouco os tormentos.
      Beijoss

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  5. Com tamanha sensibilidade, como disse o Carlos E. da Maia, as palavras não se negam. Belíssimo!
    bjss,
    José Carlos

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    1. José Carlos, obrigada pelo belíssimo :)
      Eu gosto de íssimos!!
      Beijoss

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  6. Os matizes dos sorrisos, Lelena. A gente vai aprendendo, fora e dentro. As partidas, Lelena. Também têm seus matizes, e também vamos aprendendo a reconhecê-los. As exclusões. Estranhamente, descobrimos que elas podem ser também um jeito insólito de nos deixar ainda mais perto.
    Tua escrita cresce. Tua originalidade continua sempre presente. Aprendo muito te lendo, já te disse.
    Beijos,

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    1. Tania a gente vai aprendendo, sim.
      Não tem como escapar do aprendizado, a não ser que a pessoa seja uma alienada com complexo de Pollyana a achar que sempre está tudo bem.
      Mas aí nem é pessoa. É personagem ou brinquedo. Sei lá.
      Sei que uns vão, outros ficam. Um vão sem ir. As partidas guardam as chegadas.
      As exclusões, não, apesar de eu também achar que elas sejam um jeito insólito de nos deixar ainda mais perto, perto de nós mesmos e de não de quem nos excluí.
      Beijoss :)
      ps. Também tenho aprendido muito te lendo.

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  7. texto de nuances...

    tua sensibilidade é tocante!


    beijinho, Lelena!

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    1. Obrigada, Joelma.
      Eu sou, infelizmente ou felizmente, nunca vou saber ao certo, uma pessoa sensível.
      Ora isso é ótimo ora não é.
      Fazer o quê?
      Viver!!
      Beijoss :)

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  8. Como dice Tania, los matices de las sonrisas...pero aún con matices, que no se pierda la sonrisa ingenua y amorosa...Un abrazo.

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    1. Darío, meu sorriso não se perde.
      Nunca.
      É o que tenho de mais sólido.
      A capacidade de rir com ternura :)
      beijoss

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  9. Lelena, permita-me abraçá-la
    de tão emocionado
    ...

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  10. Uma balada para os dias que passam como as pessoas; uma balada para a vida que segue o seu curso separando e/ou unindo corpos, lembranças, reminiscências, joio, jóia, águas,
    lixos urbanos, humanos, outros nem tanto.
    E vais nos contando e te contando como quem conta os dedos das mãos, como alguém diante de uma longa escada descendente cujos degraus lhe acenam para subir!!!

    beijoss

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    1. Ci,
      sem melodia qual é a graça? :)
      eu sou desafinada, mas sou musical!)
      E, sim, vão passando os dias, as pessoas...
      e a gente vai contando nos dedos, as boas, as que não são e no final da contagem, pelo menos na minha, tem mais do melhor do que do pior.
      Viva!!
      Beijoss :)

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  11. Bonito é pensar uma semana passada em teus olhos. Sensível, sensível...

    Bjo, Lelena!

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    1. Dani,
      meus olhos são tão curiosos e, apesar de eu usar óculos, me deixam ver tão bem.
      beijoss :)

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  12. Bípede, o cotidiano apresenta assim cheio de contradiçoes humanas, sociais e econômicas. Existe sempre o lado bonito que embeleza nossas almas.
    Dos seus cincos ocupa na poesia o primeiro lugar, cada um na sua singularidade.Beijos no coração!

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    1. Olara,

      Compreender as contradições é um dos nossos grandes desafios.
      Elas nos movem ora pra frente ora pra trás.

      Beijoss :)

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  13. Cinco como dois e dois o são!
    Emocionou-me. Muito.
    Beijo.

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    1. Caroline, dois e dois são 5, sim!
      E esse um extra é o que pesa.
      Dependendo dos elementos que se somam, é o resultado que dói.
      Beijoss :)

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  14. Migalhas, claro que vou lá conhecer o seu blog.
    Gosto muito de blogs.
    Blogs são livros ou capítulos dessa nova era de aprender.
    Beijoss :)

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  15. caraca Lelena, eu te lendo agora fiquei com a alma encharcada, cheio de súbitos no olhar, eu não devia te dizer mais, mas ouso: epifania,



    beijooo

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    1. cheio de súbitos é um estado bem vivo :)
      Fico contente, com a alma encharcada também.
      Beijoss

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  16. Dói, não é? Eu sempre quis ser como minha irmã e não ligar para certas coisas, mas não consigo, sou a sensibilidade em pessoa. Chegou mais uma!

    Bjooo

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    1. Adri, bem vinda ao clube!
      A gente tem de abrir um sorriso pra acalmar as águas e viver, não tem?
      Mas que algumas coisas doem, doem.
      E muito.
      Beijoss :)

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  17. Momentos,,,sentimentos,,,sonhos de um olhar que ficou...obrigado pelo carinho da visita amiga...volte sempre que desejar,,,beijos de bela noite...

    www.olivrodosdiasdois.blogspot.com

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    1. Everson, voltarei muitas.

      Boa noite pra você também.

      Beijos

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  18. Um belo final de semana pra ti minha amiga,,,paz e poesias sempre entre flores e carinhos...beijos....


    p.s. não encontrei o quadrinho de seguidores...

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    1. Everson,
      Consegui!!!
      Os seguidores estão na coluna ao lado finalmente :)
      Beijo

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  19. Everson, pra você também !
    Pois eu tenho uns seguidores, mas o quadro está invisível e eu não sei como traze-lo prá cá :(
    Você não é a primeira pessoa que pergunta por ele.
    Vou pesquisar no Google como fazer.
    Beijo :)

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  20. Lelena, querida, acabei de receber pelos correios o Antonin e o Gesso e Caliça, presentes maravilhosos, preciosos. Não posso deixar de registrar essa espécie de orgulho de irmã mais velha vendo suas ilustrações tão belas. Já fazem parte das minhas relíquias e deixo aqui o meu carinho enorme e um muito obrigada do fundo do coração.

    Beijos,

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    1. Tania, que bom que já chegou :)
      Pensei que demoraria mais.
      Fico muito feliz que você tenha gostado.
      O livro do Antonin foi no original e não o xerox porque estando contigo, está bem.
      Ele tá meio riscadinho porque sou de riscar um pouco. Riscos de curiosidade e interesse pelo que leio. Se você quiser, acho que dá pra apagar.
      Você é muito preciosa pra mim.
      Beijoss :)

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  21. Saudações, Lelena Bípede Falante
    uma sombra e os degraus, as mãos e o piano
    um texto altamente sensível desde a prepotência do motorista sem noção aos cinco degraus descidos
    um grande 'universo' cheio de pequenos 'universos' conectados e distantes respirando o mesmo ar, andando pelas mesmas ruas, as vidas e a sobrevivência, as contradições estampadas, gritantes e tão explícitas
    fico emocionada
    levo você e sua bipedice falante
    beijo carinhoso e tudo de bom

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    1. Vais, que bom te encontrar aqui no bloguinho.
      E que felicidade te emocionar :)
      Seja muito bem vinda!!!
      Beijoss

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  22. Saudações, de novo, Lelena
    É que fiquei matutando sobre as contradições e quando elas se tornam incoerências, que não tenho dúvidas são bem mais gritantes e doídas e estão estampadas e explícitas.

    Tem uma passagem no livro A Caverna do Saramago

    "O oleiro empilhou os pratos, primeiro os rasos, depois os covos, depois estes sobre aqueles, acomodou-os à curva do braço esquerdo do homem, e, como a bilha para a água já estava suspensa da mão direita dele, não teve o beneficiado muito de si com que agradecer, só a vulgar palavra obrigado, que tanto é sincera como não, e a surpresa de uma inclinação de cabeça nada de harmonia com a classe social a que pertence, o que isto quer dizer é que saberíamos muito mais das complexidades da vida se nos aplicássemos a estudar com afinco as suas contradições em vez de perdermos tanto tempo com as identidades e as coerências, que essas tem obrigação de explicar-se por si mesmas."

    outro beijo pra você

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    1. Vais, sabe que não tenho esse livro dele?
      Não tenho muitos títulos do Saramago.
      Vou procurar.
      As incoerências da vida desfilam diante dos nossos olhos o tempo todo.
      A gente evita olhar porque doem e por egoísmo também.
      Hoje, vi um mendigo jogando sozinho basquete em uma quadra do parque que tem aqui perto da minha casa com uma bolinha surrada de tênis.
      Eu não queria ver. Mas vejo.
      Me maravilho um pouco com o céu, com as nuvens, com o verde das árvores, mas de repente, do nada, como se tivesse um imã nos meus olhos, as contradições me fisgam.
      Outro beijo pra você também :)

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  23. No final dos degraus eu teria sentado e fumado. Vício maldito que estou tentando excluir...

    Excluir como algumas memórias de gente que joguei fora do facebook e outras vias do trânsito digital. Acabo de levar uma buzinada na sensibilidade. E quer saber?

    #Vou fumar outro cigarro.

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    1. Pois...
      Pois não fumo.
      De vez em quando, rôo uma unha.
      E de vez em quando sento e choro, quase sempre muito baixinho pra ninguém ouvir.

      Beijoss :)

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  24. Patissa,

    Sinto-me tão honrada com sua presença aqui :)

    Bom final de semana pra você também!

    Beijoss

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  25. A pele transparece sensibilidade em carne viva...
    Emocionou-me, Lelena!

    Beijo :)

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    1. AC, fico tão contente que as minhas palavras despertem emoções...
      Muito.
      Muitíssimo :)
      Beijoss

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  26. Lelena,ao ler o teu texto eu sorri com a alegria de quem acredita em um mundo melhor. Bjs.

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    1. Terráqueo, eu acredito em um mundo melhor.
      Olho para o meu pequeno bípede e os amigoos dele e acho que são crianças boas, afetivas e inteligentes.
      Hão de fazer melhor!!
      Beijoss :)

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  27. Gosto das suas caminhadas, Lelena, de como descreve e busca dentro de si todos que encontra.

    Digo e repito, seus textos são enormes.

    Beijos.

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    1. Parole,
      Sua poesia é enorme.
      Não tem uma sequer que não me atinga profundamente.
      Me encontro muito nelas.
      Fico feliz que você goste de vir ler aqui.
      Beijoss :)

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  28. ah querida,

    por que existem pessoas tão interessantes assim, como você?
    deixa a gente com um gosto de "Amélie Poulain" existe e eu posso falar com ela...

    te ler é ir por dentro de sua intimidade, sentar no sofá da suas ideias, ouvir, ouvir, ouvir e pensar: queria que essa pessoa fosse da minha família!


    que texto bom.

    um beijo! :)

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    1. Eleo,

      Pois eu gosto de compartilhar o meu sofá, minha casa.
      Gosto de acolher.
      Gosto das pessoas.
      Gosto.
      Fazer o quê?
      De vez em quando me magoar um pouco.
      Mas ainda assim vale a pena.
      Beijoss :)

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  29. E nas tuas palavras o cotidiano inquietante, receptivo, afetivo e tristonho aparece tão belo.

    Abraços.

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  30. Respostas
    1. Penso sobre o passado.
      Penso sobre o presente.
      E penso sobre o futuro.

      "O tempo presente e o tempo passado
      Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,
      E o tempo futuro contido no tempo passado.
      Se todo o tempo é eternamente presente
      Todo o tempo é irredimível." T.S.Elliot.

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  31. Sendo a primeira vez que entrei no seu blog confesso mexeu muito com o meu coração.
    Os poemas é de uma absoluta verdade escrito com a alma.
    Fiquei realmente emocionada.
    Uma feliz semana beijos,Evanir.

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    1. Obrigada, Evanir.
      Seja muito bem vinda ao bloguinho.
      E uma feliz semana pra você também.
      Beijo

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  32. Bípede, seu texto me encheu de ternura e de dor. Tão bonito, tão bem escrito, tanta poesia. Obrigada pelos textos sempre tão belos e obrigada também pelo "Gesso e caliça" que recebi na manhã sábado e que está me fazendo tão feliz. Bjs, Mônica

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    1. guria, que bom que chegou! :)
      fico tão feliz!!
      e fico tão feliz com sua presença aqui.
      você tão poesia.

      beijoss

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  33. Olá.
    Gostei muito de seu blog,parabéns.
    Sabia que agora seu blog pode aparecer em um portal,isso mesmo,o Portal Teia,um portal só de blogs de qualidade.
    Se quiser participar é só nos fazer uma visitinha.
    Até mais

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    1. oi
      não sei como isso funciona.
      daria uma boa olhada.
      obrigada pela visita.

      até mais

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  34. Tão gigante o teu conteúdo. Fiquei mesmo emocionada. Um sorriso meu de admiração

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  35. Obrigada, Mallu :)

    Volte sempre ao bloguinho.

    Beijo

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  36. Bípede,

    Adorei ler. Me senti nos teus passos.
    A vida assim, verdadeira, de risos e lágrimas, esperança e tentativa de sobreviver e SER.

    Beijos e um início de semana pleno de inspirações,

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    1. Anna, que bom que calçou os meus sapatos :)
      Fico contente com sua presença.
      Boa semana pra você também.
      beijoss

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  37. Foicom emoção que recebi um livro lindo com uma capa linda!
    H: vc é artista e eu sempre senti isso desde o começo, aqui na blogosfera. A capa é muito bem realizada,cada pequeno detalhe das ilustrações dizem muito da sua sensibilidade tão única, tão "sua cara", seu próprio estilo.
    Parabéns! E muito, muito obrigada por ter se lembrado de enviar um exemplar para mim. Simplesmente amei! Grande beijo, vc é incrível.

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    1. Gerana,

      Fico tão contente que o livro já esteja contigo.
      Sinto sua falta por aqui. Sinto falta do seu blog, das suas ideias, da sua sensibilidade sempre tão inteligente.
      Não desapareça!
      Dê notícias.
      Eu sigo pé por pé aqui :)

      Beijoss

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  38. E cada sorriso expressa o que cada um é,,,os sentimentos,,,as alegrias,,,as tristezas e até,,,no caso primeiro,,,a maldade do ser,,,,num mundo triste e desigual....beijos de bom dia pra ti amiga...

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    1. Everson, que bom te encontrar aqui :)
      A maldade do ser se disfarça tanto que às vezes nem ele percebe que é mau.
      Beijoss

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  39. Acontece tanta coisa em pouco tempo, e me deletaram também do facebook outro dia e nem sei porque - vai entender.

    beijos

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    1. Luiza,
      vai entender rsrs
      sabe que chorei?
      sabe que choro? rsrsrs
      e rio ainda mais pra chorar menos, mais ou menos como na Vaca Profana, do Caetano, em que ele diz "respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada".
      então, quem quiser me colocar pra fora seja do que for, que ponha e passe bem, não é?
      Beijoss :)

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  40. o teu texto? ***** cinco estrelas

    [e sakamoto cai-lhe tão bem...]

    beijo

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  41. Me impressiona a quantidade de gente que tem olhos e não vê: não vê o motorista na faixa de pedestre, não vê a criatura a chafurdar no lixo, não vê o beijo inocente...

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    1. Lucia,
      Perdem de vista a chance de viver de verdade...
      beijoss

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  42. Quanta sensibilidade, Lelena! Não existe mais o blog Janela Descoberta, mas sempre leio você, e fico encantado.

    Carlos Souza

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Leituras a partir de 1 de janeiro de 2012

1. Bilhete seco - Elisa Nazarian
2. Quando fui morto em Cuba - Roberto Drummond
3. O retrato de Oscar Wilde Fragmentos
4. Estrela miúda breve romance infinito - Fabio Daflon
5. Poemas - Wislawa Szymborska
6. Mar me quer - Mia Couto
7. Estive em Lisboa e lembrei de você - Luiz Ruffato
8. O pai invisível - Kledir Ramil
9. Poemas de Eugénio de Andrade - Seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva
10. Os da minha rua - Ondjaki
11. A máquina de fazer espanhóis - Walter Hugo Mãe
12. Vigílias - Al Berto
13. Poemas concebidos sem pecado - Manoel de Barros
14. Face imóvel - Manoel de Barros
15. Poesias - Manoel de Barros
16. Compêndio para uso dos pássaros - Manoel de Barros
17. Gramática expositiva do chão - Manoel de Barros
18. Matéria de Poesia - Manoel de Barros
19. Arranjos para assobio - Manoel de Barros
20. Livro de pré-coisas - Manoel de Barros
21. O guardador de águas - Manoel de Barros
22. Concerto a céu aberto para solos de ave- Manoel de Barros
23. Quinta Avenida, 5 da manhã - S. Wasson
24. A literatura em perigo - Tzvean Todorov
25. O remorso de Baltazar Serapião- Walter Hugo Mãe
26. Lotte & Zweig - Deonísio da Silva
27. Indícios flutuantes (poemas) - Marina Tsvetáieva
28. A duração do dia - Adélia Prado
29. Rua do mundo - Eucanaã Ferraz
30. Destino poesia Antologia - organização Italo Moriconi. Ana Cristina Cesar, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto e Waly Salomão
31. Tarde - Paulo Henriques Britto
32. Correnteza e escombros - Olavo Amaral
33. Nelson Rodrigues por ele mesmo
34. A última coisa que eu pretendo fazer na vida é morrer - Ciro Pellicano
35. O encontro marcado - Fernando Sabino
36. O óbvio ululante - Nelson Rodrigues
37. O grande mentecapto- Fernando Sabino
38. O homem despedaçado - Gustavo Melo Czekster
39. Dia de São Nunca à tarde - Roberto Drummond
40. O canto do vento nos ciprestes - Maria do Rosário Pedreira
41. Antes que os espelhos se tornem opacos - Juarez Guedes Cruz
41. Desvãos - Susana Vernieri
42. Um pai de cinema - Antonio Skármeta
43. No inferno é sempre assim - Daniela Langer
44. Crônicas de Roberto Drummond.
45. Correio do tempo - Mario Benedetti
45. Gatos bravos morrem pelo chute - Tiago Ferrari
46. Gesso & Caliça - Alberto Daflon Filho e Fabio Daflon
47. A educação pela pedra - João de Cabral de Melo Neto
48. O fio da palavra - Bartolomeu Campos de Queirós
49. Meu amor - Beatriz Bracher
50. Os vinte e cinco poemas da triste alegria - Carlos Drummond de Andrade
51. A visita cruel do tempo - Jennifer Egan
52. Cemitério de pianos - José Luis Peixoto
53. O amante - Marguerite Duras
54. Bonsai - Alejandro Zambra
55. Diciodiário - Valesca de Assis
56. Não tenho culpa que a vida seja como ela é - Nelson Rodrigues
57. Lero-lero - Cacaso
58. O livro das ignorãças - Manoel de Barros
59. Livro sobre nada - Manoel de Barros
60. Retrato do artista quando coisa - Manoel de Barros
61. Ensaios fotográficos - Manoel de Barros
62. A queda - as memórias de um pai em 424 passos - Diogo Mainardi
63. Junco - Nuno Ramos
64. Os verbos auxiliares do coração - Peter Estérhazy
65. Monstros fora do armário - Flavio Torres
66. Viagem - Cecília Meireles
67. Cora Coralina - Seleção Darcy França Denófrio
68. Instante - Wislawa Szymborska
69. Dobras do tempo - Carmen Silvia Presotto
70. Eles eram muitos cavalos - Luiz Ruffato
71. Romanceiro da inconfidência - Cecília Meireles
72. De mim já nem se lembra - Luiz Ruffato
73. O perseguidor - Júlio Cortázar
74. Paráguas verdes - Luiz Ruffato
75. Todas as palavras poesia reunida - Manuel António Pina
76. Vidas secas - Graciliano Ramos
77. Inferno Provisório Volume II O mundo inimigo - Luiz Ruffato
78. O ano em que Fidel foi excomungado - José de Assis Freitas Filho
79. Boneca russa em casa de silêncios - Daniela Delias
80. As cidades e as musas - Manuel Bandeira
81. Billie Holiday e a biografia de uma canção Strange Fruit - David Margolick
82. Inferno Provisório Volume III Vista parcial da noite - Luiz Ruffato
83. Inferno Provisório Volume V - Domingos sem Deus
84. Inferno Provisório Volume IV - O Livro das impossibilidades - Luiz Ruffato
85. Pedro Páramo - Juan Rulfo
86. Zazie no metrô - Raymond Queneau
87. Fora do lugar - Rodrigo Rosp
88. Salvador abaixo de zero - Herculano Neto
89. Inferno Provisório Volume I - Mamma, son tanto felice - Luiz Ruffato
90. A virgem que não conhecia Picasso - Rodrigo Rosp
91. Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade
92. Tempo dividido - Sophia de Mello Breyer Andersen
93. A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade

Leituras a partir de 1 de janeiro de 2011

1.Desgracida - Dalton Trevisan
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
76. Travessia de verão - Truman Capote
77. Avante, soldados: para trás - Deonísio da Silva
78. Antes das primeiras estórias - João Guimarães Rosa
79. O outro pé da sereia - Mia Couto
80. O cemitério de Praga - Umberto Eco
81. A mulher silenciosa - Deonísio da Siva
82. Livrai-me das tentações - Deonísio da Silva
83. A mesa dos inocentes - Deonísio da Silva
84. Hilda Furacão - Roberto Drummond
85. A estética do frio - Vitor Ramil
86. Poetas de França - Guilherme de Almeida
87. Tarde com anões 7 minicontistas - Carlos Barbosa, Elieser césar, Igor Rossoni, Lidiane Nunes, Mayrant Gallo, Rafael Rodrigues e Thiago Lins.
88. Pensageiro Frequente - Mia Couto.
89. A palavra ausente - Marcelo Moutinho
90. Uma mulher -Péter Esterházy
91. Cartas de amor - Fernando Pessoa
92. A última entrevista de José Saramago - José Rodrigues dos Santos
93. A morte de D.J. em Paris - Roberto Drummond
94. Do desejo - Hilda Hilst
95. Cenas indecorosas - Deonísio da Silva

Leituras a partir de 19 de Julho de 2010

1. La Hermandad de la uva - John Fante
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.

Mundo bípede


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